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Transtorno de pânico

A principal característica do transtorno de pânico é a recorrência de ataques de pânico, caracterizados pelo início súbito (que atingem um pico de intensidade em cerca de dez minutos), como medo e desconforto geral, acompanhados por pelo menos quatro dos  seguintes sintomas:  aceleração dos batimentos cardíacos, suor excessivo, tremores, falta de ar ou respiração curta e ofegante, dor ou desconforto no peito, náuseas/enjoos, tremores, tonturas, sensação de desmaio iminente, calafrios ou ondas de calor, medo de perder o controle ou “enlouquecer”, medo de morrer. Os sintomas podem ser desencadeados pelo enfrentamento de situações temidas, ou mesmo acontecer espontaneamente, até mesmo durante o sono.

Com a evolução do transtorno, é comum que os portadores passem a evitar os locais em que vivenciaram os ataques de pânico, com receio de que ocorram novamente, temer o afastamento de casa, evitar locais de onde não possam sair facilmente, evitar aglomerações, evitar lugares nos quais não possam contar com auxílio médico. Isso configura um quadro denominado de agorafobia. A recorrência de ataques de pânico, a evitação e a agorafobia compõem o conjunto de sintomas que estão presentes na maioria dos portadores de transtorno de pânico.

O tratamento do transtorno de pânico envolve o uso de medicamentos e a psicoterapia, em especial a terapia cognitivo-comportamental.  Os medicamentos recomendados para o tratamento do transtorno de pânico são os antidepressivose os benzodiazepínicos. Entre os antidepressivos, os antidepressivos tricíclicos (ADTs) como a imipramina e a clomipramina,  os antidepressivos inibidores seletivos de recaptura de serotonina (ISRSs) como a sertralina, a paroxetina, os antidepressivos inibidores de recaptura de serotonina e noradrenalina (IRSN), também denominados de antidepressivos duais, como a venlafaxina, e os antidepressivos inibidores da monoaminooxidase  (IMAOs), como a tranilcipromina. Os benzodiazepínicos, como alprazolam e clonazepam,  são também empregados, e promovem alívio rápido dos sintomas, quando os ataques de pânico se iniciam.

Recomenda-se que o tratamento do transtorno de pânico seja mantido por pelo menos um ano, e a suspensão da medicação antes desse período está associada a um alto índice de recaídas. É importante que se observe a remissão total dos sintomas, pois a permanência de sintomas residuais se associa, na maioria dos casos, a chances elevadas de recaída dos sintomas.

A psicoterapia, em especial a terapia cognitivo-comportamental, está sempre indicada, e associação do tratamento medicamentoso e da psicoterapia propicia ao portador a obtenção de resultados mais satisfatórios. Durante a terapia, o portador é confrontado com as situações que evita e, uma vez exposto a essas situações que desencadeiam ansiedade, é estimulado a enfrenta-las até que a ansiedade diminua. Os pensamentos disfuncionais associados à exposição, que podem propiciar a evitação,  são também trabalhados,  e no decorrer do tratamento a ansiedade sentida diante da exposição a situações temidas diminui progressivamente.

 

Fontes:

Versiani M. Transtornos de Ansiedade: Diagnóstico e Tratamento. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina.

Bernik M, Corregiari F, Corchs F. Tratamento de Transtornos de Ansiedade: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Pânico e Fobia Social. In: Sena , E.P.; Miranda-Scipa A.M.A.; Quarantini, L.C.; Oliveira, I.R. Psicofarmacologia Clínica. 3ª. Edição. MedBook Editora, Rio de Janeiro, 2011, p 331-337.

 


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