Os transtornos alimentares se caracterizam por alterações no comportamento alimentar, que acarretam prejuízos na saúde física e em outras esferas da vida. Além das alterações no padrão alimentar, estão comumente presentes distúrbios na imagem corporal, o comprometimento na autoestima, e a associação com quadros depressivos. Os principais transtornos alimentares são a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, e o transtorno de compulsão alimentar.
A anorexia nervosa tem como sintomas principais o medo de engordar, a restrição alimentar com ingestão calórica abaixo das necessidades fisiológicas levando a um baixo peso corporal (considerando-se a idade, gênero, padrão de atividade física), e também a percepção alterada da imagem corporal (achar-se com sobrepeso/obesidade mesmo com peso normal ou abaixo do peso). Pode ser do tipo restritivo, com a adoção de dietas rigorosas, jejuns e/ou exercícios físicos excessivos, ou do tipo purgativo, com a presença de episódios de compulsão seguidos por medidas purgativas como vômitos, uso de laxantes nos últimos 3 meses.
A bulimia nervosa é caracterizada pela presença de episódios de compulsão alimentar recorrentes, seguidos por comportamentos que buscam a compensação com a finalidade de evitar o ganho de peso, tais como a indução de vômitos, o uso de laxantes e/ou diuréticos, jejuns compensatórios ou exercícios físicos compulsivos. É importante observar que os episódios compulsivos e os comportamentos compensatórios ocorram pelo menos uma vez por semana, por no mínimo 3 meses.
O transtorno de compulsão alimentar tem como características os episódios recorrentes de compulsão que geram desconforto e sofrimento pelo descontrole, sem a presença de comportamentos compensatórios como na bulimia nervosa. Nos episódios de compulsão alimentar a pessoa come mais rápido do que o habitual, come grandes quantidades e alimentos, sem sentir fome, até se sentir desconfortável, em geral come sem a presença de outras pessoas, e sente-se mal, com culpa, após o episódio. Para o diagnóstico, leva-se em conta que os episódios aconteçam pelo menos uma vez por semana, por pelo menos 3 meses.
Fontes:
American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical Manual of Mental Disorders. 5th Edition (DSM-5). American Psychiatric Publishung, 2013.
Hay et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychatrists clinical practice guideline for the treatment of eating disorders. Aust N Z J Psychiatry 2014; 48: 977-1008.
Walsh BT. Diagnostic categories for eating disorders: current status and what lies ahead. Psychiatr Clin North Am. 2019; 42: 1-10
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