Temos acompanhado com atenção os casos de suicídio de adolescentes, divulgados pela mídia e pelas redes sociais. O que tem acontecido?
Sabemos que após a pandemia COVID-19 o número de casos de depressão e ansiedade aumentou em 25% no mundo todo em 2020, o que significa 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de novos casos de ansiedade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso é muito! Jovens, mulheres e pessoas com outras comorbidades médicas foram os mais afetados.
Mas o que é o “Efeito Werther”? Goethe publicou, em 1774, “Sofrimentos do Jovem Werther”; Werther cometeu suicídio, por um amor inviável. Houve um aumento nos casos de suicídio na Europa nos anos que seguiram, de modo semelhante. Duzentos anos depois, em 1974, David Philips propôs o termo “Efeito Werther” para descrever o aumento de casos de suicídio após um caso amplamente relatado, por identificação com um personagem, uma pessoa pública, ou mesmo amigos de escola. O termo “suicídio por imitação” também tem sido usado.
É importante olharmos com mais atenção os adolescentes! O que os anos de pandemia impactaram emocionalmente? Isolamento, dificuldades no relacionamento familiar, problemas no relacionamento entre pares, “ciberbullying”? Como abordar questões emocionais de forma empática, sem desqualificar ou menosprezar os sentimentos?
É importante iniciar o diálogo, ouvir sem criticar, valorizar a resiliência, valorizar alguém que superou a vontade de tirar a própria vida, como Papageno, da ópera “A Flauta Mágica” de Mozart.
Não hesite em procurar um profissional especializado no atendimento de crianças e adolescentes, e também orientações e apoio familiar.
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