A abordagem do TEA em adultos deve levar em conta algumas características da idade. A transição da adolescência para a fase adulta é um período particular, também para pessoas com TEA. Os cuidados com a saúde física, com as questões relacionadas à sexualidade e à inclusão no mercado de trabalho merecem atenção especial.
Adultos com TEA apresentam com frequência comorbidades com doenças clínicas, e as dificuldades de comunicação podem dificultar o relato de queixas e sintomas; além disso, os ambientes de consultórios, clínicas, laboratórios, hospitais, podem ser sentidos como desagradáveis por pessoas com TEA, pela luminosidade, sons, número de pessoas no mesmo ambiente.
A transição da adolescência para a fase adulta também traz as questões relacionadas à sexualidade, e adultos com TEA podem estar mais vulneráveis a situações de abuso e violência sexual. As informações sobre sexualidade e questões de gênero devem ser expostas sempre de forma clara, aberta, sem preconceitos ou julgamentos, para que o diálogo flua sem restrições.
A inclusão no mercado de trabalho é outro foco. Existem programas em que adultos com TEA podem ser inseridos, como trabalho protegido, emprego apoiado, oficinas protegidas, e as características individuais devem ser levadas em conta no processo de inclusão. As séries “Uma advogada extraordinária” e “The Good Doctor”, retratam o cotidiano de pessoas com TEA em seus ambientes de trabalho, seus relacionamentos e suas questões pessoais. Vale assistir.
Fontes:
Kanawa SM et al. Transtorno espectro autista na vida adulta. In: Associação Brasileira de Psiquiatria; Nardi AE, Silva AG, Quevedo JL, organizadores. PROPSIQ. Ciclo 11. Porto Alegre: Artmed; 2021. P 117-47.
National Institute for Health and Care Excellence. Autism Spectrum Disorder in Adults: diagnosis and management. London: NICE; 2016.
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