Diferente do “burnout”, o “bornon” pode ser mais silencioso. Esse conceito, cada vez mais explorado, revela como o estresse crônico pode ser prejudicial à saúde mental.
A produtividade, a conectividade, as longas jornadas de trabalho, o alto desempenho esportivo, a sociabilidade extrema, por exemplo, são associados ao sucesso. Mas essa sobrecarga de tarefas pode levar a consequências graves em médio e longo prazos.
Quando uma pessoa é exposta a atividades constantes, sem descanso adequado, os sistemas fisiológico e psicológico podem ser sobrecarregados, resultando na diminuição da resiliência emocional. O estresse crônico desencadeia uma série de respostas no corpo, que incluem a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), responsável pela regulação de hormônios como o cortisol.
Quando este eixo é constantemente ativado, pode levar a um desequilíbrio e a um estado de inflamação crônica, que podem se associar a um maior risco de desenvolvimento de quadros de humor e ansiedade. A exposição contínua ao estresse também pode afetar equilíbrio de neurotransmissores, como a serotonina noradrenalina e a dopamina, importantes para a regulação do humor.
Para evitar os efeitos do “bornon” é necessário, em primeiro lugar, tomar consciência de que o excesso de atividades pode ser um problema. Abrir espaços para desfrutar de momentos de ócio e descanso, sem culpa, é muito importante para evitar a exaustão em nome dos “parâmetros” considerados como indicadores de sucesso e produtividade.
A psicoterapia pode exercer um papel fundamental nesse sentido e, em alguns casos, medicamentos podem ser indicados.