Mudanças são parte da vida , mas podem ser especialmente desafiadoras para crianças, e mudar frequentemente durante a infância pode estar associado a um risco aumentado de desenvolver depressão na idade adulta.
Um estudo realizado na Dinamarca, publicado recentemente no periódico JAMA Psychiatry, avaliou cerca de 1,1 milhão de indivíduos nascidos entre 01/01/1982 e 31/12/2003, que residiram no país nos primeiros 15 anos de vida. Eles foram acompanhados, então, a partir dos 15 anos até emigração, diagnóstico de depressao, morte, ou a data limite de 31/12/2018.
Os resultados do estudo apontaram que duas ou mais mudanças durante a infância se associaram a maior frequência de depressao na idade adulta, em comparação a indivíduos que não mudaram.
Trocar de casa, escola ou cidade pode gerar sentimentos de insegurança, instabilidade e medo. Por isso, é fundamental que pais e cuidadores estejam atentos ao impacto emocional dessas transições.
Oferecer um ambiente seguro e acolhedor, onde a criança se sinta amada e ouvida, faz toda a diferença. Encorajar a expressão dos sentimentos, explicar os motivos mudança de forma clara e envolver a criança no processo são ações podem ajudar a minimizar o estresse.
O apoio emocional durante momentos de transição não apenas conforta a criança no presente, mas também contribui para a construção de um adulto emocionalmente saudável no futuro.
Sabel et al. (2024) Changing neighborhood income deprivation over time, moving in childhood and adult risk of depression. JAMA Psychiatry. https//pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39018054