Viver perto de áreas verdes traz inúmeros benefícios. A proximidade com a natureza estimula a prática de atividades físicas, reduz os níveis de estresse e ansiedade, influencia positivamente o humor, e proporciona maiores oportunidades para interações sociais.
E estudos como o “Nurses’ Health Study” indicam que viver em áreas verdes também pode contribuir para reduzir o declínio cognitivo. Esse estudo começou em 1976 e incluiu 121.700 enfermeiras com idades entre 30-55 anos, localizadas em 11 diferentes estados dos EUA.
Um sub estudo avaliou 16.962 enfermeiras recrutadas entre 1995-2001, com idade média de 74 anos, que foram acompanhadas com avaliações sequencias das funções cognitivas até 2008. A quantidade de vegetação nos locais onde residiam foi avaliada por uma medida de satélite.
Os resultados indicaram que quanto maior a exposição à natureza, melhor era a função cognitiva, em especial em um subgrupo de portadoras de um polimorfismo do gene da apolipoproteina E (ApoE), que tiveram declínio cognitivo três vezes mais lento.
A ApoE está envolvida no metabolismo de lipídios e pode influenciar no acúmulo de beta-amilóides, relacionado à fisiopatologia da doença de Alzheimer.
Mais estudos são necessários para confirmar essa relação gene/ambiente, mas os resultados já estimulam a aproximação com a natureza!
Jimenez et al. Late-Cognitive Decline Among Nurses’ Health Study Participants. https://doi.org/10.1289/EHP13588